quinta-feira, 23 de julho de 2009



Gestalt-terapia


A Gestalt-Terapia é uma terapia existencial-fenomenológica fundada por Frederick (Fritz) e Laura Perls, na década de 1940. Porém, por sua vez, trabalha com o método fenomenológico de awareness. A fenomenologia, o existencialismo dialógico, o ecletismo e a atitude flexível com relação às opções clínicas da Gestalt-terapia têm uma boa compatibilidade com a teoria de campo. Além disso, a teoria de campo é a abordagem teórica que melhor pode incluir as amplas temáticas intelectuais, sociais, culturais, políticas e sociológicas tratadas pela teoria da Gestalt-terapia.

Os conceitos básicos da Gestalt-terapia são:

A perspectiva fenomenológica: a Gestalt-Terapia trata o que é sentido “subjetivamente” no presente e o que é “objetivamente” observado. O objetivo fenomenológico da Gestalt é a awareness ou o insight. A Gestalt-terapia usa a awareness focalizada e a experimentação para obter insight. O fenomenologista estuda não somente a awareness pessoal, mas também a awareness do próprio processo. O paciente deve aprender a se tornar consciente da awareness.

A perspectiva da teoria de campo: a Teoria de Campo é um método de exploração que descreve o campo total, do qual o evento atualmente é parte, em vez de analisar a situação em termos de uma categoria a qual ela pertence por sua “natureza” ou uma seqüência causa-efeito, histórica e unilinear. O campo é um todo, as partes estão em relacionamento imediato e reagem uma com as outras e nenhuma deixa de ser influenciada pelo que acontece em outro lugar do campo. Os Gestalt-terapeutas trabalham no aqui-e-agora, incluindo resíduos do passado, tais como postura corporal, hábitos e crenças. As abordagens de campo são descritivas e a ênfase está na observação, na descrição e na explicação da estrutura exata daquilo que está sendo estudado.

A perspectiva existencial: baseia-se no método fenomenológico. Focaliza-se a experiência da pessoa, as relações interpessoais, as alegrias e os sofrimentos. Quando a pessoa torna-se consciente, ela é capaz de escolher e/ou organizar a própria existência de maneira significativa. A visão existencial afirma que as pessoas estão infinitamente refazendo-se ou descobrindo a si mesmas.

Diálogo: o diálogo é baseado na experimentação da outra pessoa como ela verdadeiramente é, e mostrar o seu verdadeiro self, compartilhando awareness fenomenológica. O Gestalt-terapeuta trabalha engajando-se num diálogo, em vez de manipular o paciente em direção a um objetivo terapêutico e também diz o que ele pensa e encoraja o paciente a fazer o mesmo.


A Gestalt-terapia trabalha a busca de compreensão pela presença ativa e curativa do terapeuta e do paciente num relacionamento baseado em contato verdadeiro, utiliza técnicas ativas para esclarecer a experiência. Enfatiza também o que quer que exista, é aqui-e-agora, e que a experiência é mais confiável do que a interpretação. O paciente aprende a usar totalmente os seus sentidos internos e externos de maneira que possa ser auto-responsável e auto-sustentado e a diferença entre falar a respeito de algo que aconteceu há cinco minutos e experienciar o que é agora.


YONTEF, Gary M. Processo, diálogo, awareness: ensaios em Gestalt-terapia. São Paulo: Summus, 1998.

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